Uma ação voluntária que transforma uma vida inteira: conheça a história de Patricia

Voluntariado

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Aqueles que se dedicam ao trabalho voluntário, além de fazer a diferença na vida dos outros, também experimentam uma transformação profunda em si mesmas. Os impactos da prática são inegáveis, possibilitando que voluntários desenvolvam e descubram habilidades, ampliem perspectivas e até mesmo combatam a solidão, depressão e estresse. Mas, além de todas essas possibilidades já conhecidas, acabamos nos deparando com histórias que mostram ainda mais formas que o voluntariado pode mudar a vida de alguém que se doa. 

Este é o caso de Patrícia Gomes da Silva, líder do comitê de voluntariado da Algar, de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul (RS). O voluntariado rendeu diversos momentos marcantes para a sua história e os impactos que ele causou em sua vida vão além dos ganhos já conhecidos. Durante uma das várias ações sociais que já participou, ela teve sua vida mudada para sempre, com um sentimento único despertado por um dos beneficiados da iniciativa que ela organizou. Continue a leitura para conhecer essa história.

A líder do comitê de voluntariado da Algar, Patrícia Gomes da Silva, durante ação de plantio do programa de Voluntariado

A história com o voluntariado

Patrícia tem 52 anos e há mais de 20 atua na área de Telecom. Desde 2020, ela é uma das associadas da Algar em Porto Alegre (RS), atuando como consultora de vendas do mercado corporativo, e há cerca de 1 ano e meio, tornou-se líder social do comitê de voluntariado da empresa na cidade gaúcha. O envolvimento com o voluntariado do Instituto Algar pode até ser recente, mas o trabalho voluntário já fazia parte da sua vida. 

Patrícia sempre teve o hábito de participar de ações sociais, pois desde a infância entendia a importância do gesto. “Eu sempre gostei de fazer trabalho voluntário, porque desde muito pequena eu me sentia muito mais feliz quando eu dava um presente do que quando recebia. Sempre gostei do voluntariado porque me doava”, conta Patrícia.

Antes de se tornar voluntária do Instituto Algar, a consultora participava de trabalhos voluntários esporadicamente, ajudava entidades com tarefas administrativas e arrecadações, entre outras mobilizações. Fazer parte do nosso programa ajudou a intensificar a prática do trabalho voluntário, e além de contribuir com o próximo participando de ações, como líder social, Patrícia também atua no planejamento de iniciativas e até engajamento de outros associados da Algar no Rio Grande do Sul para se juntarem ao comitê de voluntários do estado. Atualmente, cerca de 30 associados estão com ela no grupo de colaboradores da empresa que se unem para promover o bem. 

Enchentes no Rio Grande do Sul

Logo que iniciou a sua atuação como voluntária em nosso programa, Patrícia enfrentou as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, em meados do mês de maio de 2024, resultando em 2,3 milhões de impactados. Ela também teve a sua vida mudada devido às inundações e teve o trabalho voluntário como uma ferramenta importante para superar esse momento. 

Patrícia é moradora da Ilha da Pintada, uma das ilhas da cidade de Porto Alegre, e na ocasião também precisou sair de sua casa com ajuda de oficiais do Exército Brasileiro que atuavam na região durante as enchentes. Foram mais de 3 meses fora da sua residência, na casa de familiares, e neste período, o voluntariado era uma das poucas atividades que conseguia exercer diante do cenário enfrentado na cidade. Mesmo sendo uma das afetadas pela calamidade, Patrícia encontrou forças para ajudar e apoiar nossa mobilização em prol da população gaúcha. “O Instituto Algar fez uma reviravolta na minha vida. Quando iniciei no voluntariado estava fazendo planejamentos de ações, conscientizações para captar voluntários e logo vieram as enchentes. Eu fui muito impactada, cheguei a ficar 3 meses fora de casa, e no meio desse tumulto, decidi ajudar. As toneladas de doações da mobilização do Instituto chegaram, e eu participava do descarregamento de caminhões, além da organização de roupas e entrega para quem ia buscar. Ali comecei a ver que ganhava mais que dava, por mais que estava doando parte do meu tempo enquanto a cidade estava embaixo d’água”, comenta Patrícia.

Ela reforça o impacto que a atuação voluntária causou neste momento desafiador. “No depósito recebi roupas, água, auxílio psicológico, ajuda financeira do Instituto. Percebi que não estava fazendo nada perto do que estava recebendo. Ali comecei a ver o quanto o Instituto me fazia bem e fiquei ainda mais incentivada para ajudar as pessoas”, conta a consultora. 

A experiência como voluntária durante as enchentes marcou Patrícia e deu ainda mais ânimo e vontade para seguir contribuindo com a vida de outras pessoas. “Na calamidade vi o Instituto em prática com a mobilização que cuidou dos associados Algar e da comunidade. Isso é uma corrente do bem e preciso de alguma forma contribuir com isso! Passei a me engajar mais, fazer várias ações, tive a oportunidade de ir para Uberlândia conhecer mais de perto os colegas”, contou a líder social.

Sua história com o voluntariado ficou marcada por esta situação de calamidade vivida no Rio Grande do Sul, mas ela ganharia um capítulo ainda mais impactante. A ação voluntária que mudaria a vida da Patrícia ainda estava por vir e aconteceu em uma iniciativa dos voluntários para celebrar a Páscoa em 2025. 

A voluntária durante preparativos para a ação solidária de Páscoa que transformaria a sua vida

A ação voluntária que mudou a vida de Patrícia

O comitê de voluntariado de Porto Alegre tinha o propósito de levar mais carinho e atenção a crianças em vulnerabilidade social durante o período de Páscoa, em 2025. Para isso, planejaram realizar uma ação em um dos abrigos da cidade e este era o primeiro passo para transformar completamente a vida da líder social do comitê. 

Iniciaram realizando o planejamento da ação e em seguida arrecadando valores para colocar o a intenção em prática. A ideia foi levar uma cesta repleta de chocolates para cada criança do local, e para isso, cada voluntário ficou encarregado de preparar uma unidade para entregar no dia da ação. Além disso, eles se juntaram para comparar delícias para um café da manhã especial com os beneficiados da ação. 

O segundo passo foi definir qual abrigo realizariam a ação, e isso aconteceu da maneira mais aleatória possível. Patrícia fez uma simples pesquisa na internet e fez contato com o primeiro abrigo identificado para alinhar a iniciativa com os responsáveis. 

Tudo pronto para a ação, o dia do encontro com as crianças do abrigo chegou e desde então a vida da Patrícia não foi mais a mesma. 

Voluntários do comitê de Porto Alegre antes da ação

Assim que entrou no abrigo, Patrícia colocou os olhos em uma das crianças e sentiu algo diferente. Assim, durante toda ação, teve sua atenção voltada para ela, e logo o destino indicou que eles se aproximariam. 

Na dinâmica da ação, os voluntários fariam um sorteio para definir a criança que receberia a cada cesta prepara por eles. Coincidentemente, Patrícia sorteou o menino que a encantou desde o primeiro instante no local. 

A ação social foi um sucesso, as crianças ficaram muito felizes com o momento diferente repleto de presentes e carinho. Para Patrícia, o sentimento era diferente, e desde que finalizou o momento com as crianças no abrigo, ela passou dias com o menino em sua mente e a vontade de se aproximar mais. 

Com isso, fez o contato com a assistente social do abrigo e demonstrou o desejo de ter mais momentos com a criança que a conquistou. Patrícia foi informada sobre o processo de apadrinhamento, que permite a convivência com a criança, e aproveitou essa possibilidade. Com isso, ela passou a visitar a criança semanalmente no abrigo e após um tempo nesse processo, agora leva o menino para aproveitar o final de semana em sua casa. 

Desde então um forte vínculo afetivo já foi construído entre os dois. Os finais de semana juntos e as visitas semanais se tornaram pouco para tanta vontade de estarem juntos e o sentimento despertado entre a voluntária e a criança. Diante disso, Patrícia entrou com o processo de adoção da criança. 

Ela que já é mãe de três filhos que já não moram mais com ela, sentiu um desejo imenso de reviver situações e sentimentos que teve durante a criação dos seus dois meninos e uma menina, além de proporcionar uma realidade diferente para a criança que conquistou o seu coração no dia da ação voluntária. “É algo que não sei explicar, não foi planejado, simplesmente aconteceu. Eu me senti mãe no momento em que coloquei os olhos neles. E algo me disse que ali estaria uma pessoa que ficaria comigo o resto da vida”, relata Patrícia sobre o sentimento despertado pelo menino. 

A voluntária conta que ao compartilhar o desejo de apadrinhar a criança, lidou com o receio do marido e dos filhos, mas logo todos mudaram de ideia ao conhecê-lo. Assim como Patrícia, todos se encantaram e viram como a criança é generosa, amável e inteligente. Inclusive, após a convivência com a voluntária e seus familiares, o menino demonstrou mudanças positivas no comportamento e até evolução em seu desempenho escolar. 

O coração de Patrícia que sentia a falta de ter os filhos por perto, encontrou uma nova forma de transbordar o seu amor de mãe. “Eu voltei a me sentir mãe, me preocupo se está com fome, com frio, quando está brincando na quadra do condomínio que moro, acompanho”, conta a líder social. 

Enquanto o processo de adoção solicitado por Patrícia está em andamento, ela e a criança seguem fortalecendo o seu vínculo entre as visitas semanais e finais de semanas juntos enquanto fazem planos para o futuro que ainda pode vir. E mais uma vez, a voluntária sentiu na pele o quanto quem se doa pode ganhar. “Dessa vez o universo conspirou de outra forma. Ao invés de eu dar todo o meu amor que tinha para oferecer naquele abrigo, na verdade eu recebi algo infinitamente maior. Fico pensando e fazendo planos”, conta Patrícia. 

Em breve, esperamos contar mais capítulos dessa história por aqui. E se você ainda não viveu a experiência de ter a sua vida transformada pelo trabalho voluntário, venha fazer parte da nossa corrente do bem. Além dos associados do Grupo Algar, toda a comunidade pode ser um parceiro e propor uma ação de voluntariado. Para saber mais clique aqui